A melhor solução para redução dos custos operacionais da ETE e destinação sustentável com reuso do composto orgânico.
O lodo de esgoto é um subproduto dos sistemas de tratamento de esgoto convencionais, que fazem a separação entre a parte líquida e sólida. Dessa forma, o lodo também é conhecido como “sólidos de águas residuárias”.
O tratamento de esgoto por jardins não gera lodo, pois ao contrário das soluções convencionais, nos jardins não ocorre apenas a separação entre líquido e sólido, mas sim a biodegradação da parte sólida (que é alimento para as plantas e microrganismos que vivem em suas raízes).
Se você tem uma ETE convencional com geração de lodo, saiba que ele é muito rico em matéria orgânica, e pode se transformar em um composto agrícola de excelente qualidade após passar por um tratamento.
Porém, as tecnologias utilizadas atualmente para gestão do lodo, geram altos custos operacionais e impacto ambiental devido a necessidade de equipamentos caros e complexos, alto consumo de energia elétrica, compra de insumos químicos e manutenções frequentes para remoção e destinação do lodo desidratado. Esse ciclo oneroso ainda depende de logística para transporte do lodo até o aterro sanitário, incineração ou um centro de compostagem, o que acontece na menor parte das vezes, para reciclagem em forma de composto.
O Jardim de Tratamento foi desenvolvido para simplificar a gestão do lodo, combinando alta eficiência, baixo custo de implantação e operação, além de permitir o reuso do lodo tratado em forma de composto.
AS PLANTAS COMO AGENTES DA DESPOLUIÇÃO, QUE TECNOLOGIA É ESSA?
O Jardim de Tratamento de lodo é uma solução que combina processos físicos, químicos e biológicos que acontecem de forma natural na zona de raízes das plantas, onde, em conjunto com os microrganismos que ali vivem e os substratos que formam o leito filtrante, o lodo aplicado sofre adensamento, desidratação e estabilização.
A tecnologia que faz uso da capacidade espontânea de depuração resultante da interação entre plantas, microrganismos, substratos e diferentes tipos de contaminantes, é denominada fitorremediação. Consiste basicamente no uso de jardins para remover e reduzir a concentração de poluentes presentes na água e no solo.
Essa solução é composta por jardins que operam em paralelo, permitindo um rodizio operacional que alternam alimentação e repouso, respeitando o tempo para que os processos ocorram sem adição de qualquer tipo de insumo químico.
1. Adensamento: etapa com finalidade de redução do volume do lodo, tornando-o mais denso e com maior concentração de sólidos, dessa forma está diretamente relacionado ao processo de desidratação (redução da umidade/água). Nos jardins, o adensamento acontece por gravidade, através do processo de filtragem na percolação pelos substratos, apresentando redução de 97% do volume em relação ao lodo bruto;
2. Estabilização: etapa que promove a desinfecção do lodo, reduzindo a quantidade de patógenos, eliminando odores e inibindo o potencial de putrefação do lodo. Nos jardins, a estabilização acontece por meio dos processos de digestão biológica aeróbia, removendo até 25% da matéria orgânica do lodo.
O lodo acumulado no topo dos jardins, formam camadas de 10 - 15cm que passam pelo ciclo de mineralização, podendo variar de 3 - 10 anos até sua estabilização e conversão com composto orgânico, que pode ser destinado para fins agrícolas, paisagísticos ou até construção civil, sem necessidade de processos complementares como compostagem, caleação e outros. Esse período de anos é dimensionado de acordo com as especificidades de cada projeto para atendimento as exigências normativas nacionais - Resolução CONAMA N° 498/20.
Dessa forma o composto resultante apresenta:
- Estabilidade do material orgânico com relação SV/ST (sólidos voláteis, sólidos totais) inferior a 0,65 (valor máximo exigido pela legislação), indicando material estabilizado para utilização como composto.
- Higienização, patógenos abaixo das concentrações máximas permitidas (E. coli, Salmonella sp. ,coliformes termotolerantes e ovos de helmintos).
A alta eficiência do tratamento por jardins é fundamental para viabilizar uma destinação mais sustentável do lodo tratado – reciclagem como composto agrícola, eliminando os impactos negativos ao meio ambiente gerados pelo envio aos aterros sanitários e/ou incineração, além da logística associada ao transporte.
Não apenas a dimensão ecológica da sustentabilidade é atendida, mas também a dimensão econômica e social, pela redução dos altos custos vinculados a gestão do lodo e pela valorização do composto que pode ser vinculado à programas de incentivo aos pequenos produtores e/ou cooperativas.
Os Jardins de Tratamento de lodo promovem ainda a integração da paisagem, promoção da biodiversidade e conservação da natureza, atendendo aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
O tratamento do lodo por jardins é um sistema passivo, ao contrário dos sistemas mecanizados, não demandam energia elétrica ou cuidados técnicos especializados, dessa forma, os processos operacionais e de manutenção são muito reduzidos e simples, trazendo grande vantagem para o OPEX.
Em comparação com outros sistemas passivos, como leitos de secagem, lagoas e bags de desaguamento, os jardins de tratamento de lodo apresentam excelentes resultados, atingindo o maior teor de sólidos, de até 50%, sem adição de insumos químicos ou consumo de energia.
Tabela 1. Comparativo entre sistemas de tratamento de lodo proveniente de ETE
COMO O PROCESSO FUNCIONA?
O lodo bruto deve ser lançado diretamente nos jardins, ainda úmido, sem necessidade de nenhum processo preliminar de desidratação. Ao infiltrar pelo leito filtrante, a parte sólida ficará retida no topo, percolando apenas a parte líquida, esse é o processo de adensamento/desidratação (desaguamento). O líquido percolado pode retornar para tratamento na ETE ou pode ser tratado por um jardim adicional especifico para essa finalidade.
Ao longo dos anos, são acumuladas camadas de sólidos e as plantas crescem acima dessas camadas, aumentando suas raízes e potencializando a fitorremediação para que ocorra a estabilização/higienização e mineralização. Todos os processos acontecem de forma natural, sem adição de insumos, sem consumo de energia ou ação de operadores.
Ao atingir o nível máximo de acúmulo (defino em projeto), após 3 - 10 anos, será retirada de uma única vez uma camada sólida seca de composto orgânico pronto para uso, em conformidade com a legislação, sem necessidade de processo complementar de compostagem ou outros. Um novo ciclo de acúmulo se inicia, sendo a frequência da retirada de composto decidida na fase de projeto, de acordo com os interesses do cliente.
Veja abaixo um gráfico comparativo de gastos acumulados projetados em experiência de gestão de lodo com jardins x gastos de transporte e destinação para aterro sanitário de lodo centrifugado.
Dimensionamento para 11.000 ton/ano de lodo. Não foram considerados os gastos de energia elétrica, insumos químicos e operadores especializados necessários no sistema de centrífugas. Não foi contabilizado o potencial comercial do composto agrícola resultante do tratamento por jardins.
SAIBA MAIS SOBRE A ECCLO ...
A ECCLO oferece soluções em saneamento ecológico para manejo, gestão e tratamento de águas contaminadas e lodos. Nossa abordagem ecológica se estende para o desenvolvimento de projetos que incorporam o paisagismo multifuncional e a renaturalização de áreas degradadas para a formação de cidades mais resilientes.
Acreditamos na melhoria da qualidade de vida, saúde e bem estar através do equilíbrio e interação do ser humano com o ambiente natural.
Nossos projetos integram eficiência, benefícios à biodiversidade, simplicidade e melhor relação custo-benefício, reforçando e respeitando os recursos naturais e as comunidades.
ECCLO® SANEAMENTO E PAISAGISMO ECOLÓGICO
Comments